The Boys traz frescor às batidas histórias de super-heróis do cinema


Amazon/Divulgação

Série genial da Amazon acerta ao dar humanidade aos super-heróis

 

 

DEMASIADO HUMANO

No começo foi muito legal. Desde as primeiras aventuras do Superman, depois do Batman e o advento da Marvel com as aventuras dos X-Men e o estouro nos anos 2010 com Os Vingadores e seus intermináveis spin-offs, sem contar o início da saga da Liga da Justiça, da DC Comics e seus igualmente intermináveis spin-offs o gênero super-herói ainda não exauriu nas bilheterias, mas para quem tem um mínimo de aversão ao tédio a coisa começa a cansar.

 

 

 

É nesse cenário de Vingadores que termina, mas não se encerra que a Amazon estreou no fim de semana The Boys, uma série sobre… super-heróis. Mas com o excesso de super-heróis no cinema, salvando o mundo a todo o momento, ainda precisamos de uma série?

 

 

 

Pergunta de resposta óbvia, mas que seria injusta com a série da Amazon.

 

 

 

A ideia aqui é justamente inverter o roteiro, para brincar com essa super exposição de heróis no cinema. Não espere nada parecido com Vingadores ou Liga da Justiça. Aliás, os heróis e seus poderes são muito semelhantes na essência, mas basta uma lupa mais acurada em cima dos personagens da Amazon para ver que aqui questões como lealdade, honestidade e princípios só valem para o cinema.

 

 

 

A série começa mostrando um nerd, Hughie, de bem com a vida saindo do trabalho acompanhado da namorada que tanto ama. Eles param para uma declaração de amor e, de repente, ele está só com as mãos dela em suas próprias mãos. O corpo da pobre coitada foi desintegrado por A-Train, que estaria em altíssima velocidade, seu super poder, quando atravessa o corpo da namorada de Hughie. Chocado, só um houve um “foi mal” do herói que desaparece no vácuo da megavelocidade.

 

 

 

Por aí já dá pra desconfiar do que vem pela frente. Preocupados com a imagem e em faturar com merchandising, os super-heróis protegem a cidade em troca de fama e dinheiro. Sem qualquer pudor em negociar royalties de suas imagens e em atropelar uma pobre coitada na rua – “os fins justificam os meios” – os heróis amorais da série estão nem aí para o que aprendemos nos filmes como a essência dos super-heróis.

 

 

 

The Boys trata-se de uma bem sacada sátira ao batido, porém ainda muito lucrativo, cinema de super-heróis, quase um subgênero da ação e aventura dado o grande número de filmes que saem quase que semanalmente. Trata-se de um frescor que faz rir, mas que principalmente desfaz aquela coisa insuportável do 100% certinho que o cinema nos faz engolir sem questionar.  

 





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