Os encantos de Varadero e Cienfuegos no caminho para Trinidad


Varadero

O território abrangido pelo hotel em que nos hospedamos tinha limites que se perdiam na distância

 

 

 

Sem barracas, sem gazebos e sem guarda-sóis desfrutávamos, quase o dia todo, das delícias de Varadero, sob a sombra das palmeiras que se estendem por toda a extensão da praia. De ramos e troncos de palmeiras, os quiosques espalhados entre elas.

 

 

Um restaurante, provido de um bar e todo o tipo de petiscos, a alguns passos do grande espaço que nosso grupo formava, quase na linha da água, fazia o meu deleite.             Impossível descrever estes poucos dias de nossa permanência em Varadero.

 

 

 

 

Mergulhos nas amplas piscinas, caminhadas pela praia e ficar boiando naquele mar sem fim, tendo apenas o sol por testemunha.

 

 

 

 

O território abrangido pelo hotel em que nos hospedamos com limites que se perdem na distância… O mundo ali estava hospedado, a desfrutar das delicias de paisagens tão sutis, de um clima tão gostoso e de um verde mar sem fim.

 

 

Resort em Varadero

 

Foi assim que, em meio às ondas, conheci uma amável professora que viera da Inglaterra, para em Varadero, usufruir suas férias. Entendemo-nos muito bem, numa prosa que durou horas, enquanto desfrutávamos da brisa do mar, sobre as ondas ou nas areias da margem. Um casal belga falou-nos que voltaria pra Bruxelas, no dia seguinte, em voo internacional, direto de Varadero. E quantos mais… Uma algaravia de idiomas. A liga das nações. Sim, o mundo inteiro faz turismo naquela ilha encantada.

 

 

 

 

Andava a esmo pelas areias, até onde minhas frouxas pernas permitissem. Nas vizinhanças, ao longe, guindastes a levar materiais para construções de prováveis novos hotéis.

 

 

 

 

Lendo as atrações que o nosso oferecia descobri a existência de variados restaurantes, típicos de várias nações, espalhados pelas dependências do esplêndido parque. Não era fácil conseguir uma mesa vaga. De manhã, já após o café, tive que fazer fila para conseguir reservas em um restaurante chinês para aquela noite.

 

 

 

Pequenos veículos elétricos, com condutor, é claro, conduziam os hóspedes de um lado para outro, através daquele resort. Foi assim que fomos, minha sobrinha Arcélia e eu, conhecer, numa primeira noite, as delícias do restaurante chinês.

 

 

 

 

Um mandarim, a caráter, recebe-nos na entrada. Garçonetes, sorridentes sempre, como não poderia deixar de ser, e vestidas com as tradicionais vestimentas orientais. E foi aquele desfile de pratos chineses, com toque caribenho. Deliciosos. Não podia faltar o minúsculo recipiente, do tamanho de um dedal, de porcelana – chinesa – com uma bebida forte para ser experimentada. Como também um delicioso chá para fazer jus ao cerimonial da terra de Confúcio. Claro, recebemos também os biscoitinhos da sorte com suas inefáveis predições… Tudo dentro da mais pura tradição milenar, de um país ainda a ser entendido, pela chamada civilização do lado de cá.

 

 

 

Na manhã seguinte, antes mesmo do café, eu já me encontrava na fila para conseguir uma mesa vaga para o jantar daquela noite, no restaurante italiano.

 

 

 

 

Um pedaço da Itália encontrado em meio ao mar do Caribe. Não apenas garçons e garçonetes estavam trajados com as tradicionais vestimentas italianas, como toda a equipe que lá se encontrava. Flores em profusão. Em vermelho, branco e verde.

 

 

 

 

Ah! Aquela mesa de antepasto. Não fomos atraídas apenas pelo colorido, pelo visual das iguarias que aos nossos estupefatos olhos desfilavam. Inconfundível aroma das carnes curadas, azeitonas, corações de alcachofra, pimentões marinados, anchovas, alho assado, variados patês de berinjela, em meio a cogumelos e diversos tipos de queijos, pães em vários tamanhos, formatos e consistências.

 

 

 

Uma surpresa nas mesas. Um cardápio de melodias italianas à nossa frente. Podíamos escolher até quatro da lista. Para serem executadas pelo grupo que, com suas canções, embalava o nosso jantar. Foi difícil a escolha. Queria ouvir todas.

 

 

 

 

E após taças de um refrescante e saboroso espumante italiano a acompanhar aquele antepasto, pedimos o prato principal. Minha opção foi um talharim al sugo. Após mais uma taça de vinho eu já estava em meio aos músicos. Mesmo melodias que não constavam no repertório inicial foram, a nosso pedido, cantando e tocando.

 

 

 

 

Memorável noite italiana entre palmeiras e o rumorejar das ondas de um mar de esmeraldas.

 

 

 

 

Minha sobrinha Tereza e seus pais Celso e Luzia já haviam combinado uma estadia de alguns dias em Trinidad de Cuba, a cidade que, naquele dezembro, comemoraria seus quinhentos anos.

 

 

 

 

No escritório de turismo do hotel, em Varadero, já compramos nossos pacotes para lá passarmos mais momentos deliciosos em frente ao verde-azul-cobalto-mar.

 

 

 

 

Os dias eram todos esplendentes. Céu sempre carregado de anil. Sol dourando o nosso paraíso. Foi em uma manhã assim que, das janelas de um pequeno ônibus, fretado exclusivamente para o nosso grupo, acenamos nosso adeus a Varadero.

 

Almoço em Cienfuegos

 

 

Cienfuegos, uma instigante cidade em meio ao nosso caminho para Trinidad, é um paradeiro obrigatório para quem deseja conhecer as mais pitorescas edificações da ilha. Lá chegamos já em horário de almoço. Em um grande parque nosso ônibus ficou estacionado. Para visitar o centro histórico era necessário percorrermos um longo trecho a pé.

 

 

Ateliê de arte em Cienfuegos

 

Valeu todo o esforço de andar sobre as pedras centenárias das ruas. Valeu observar prédios tão antigos, em tão perfeito estado de conservação. Prédios diferentes de Havana, onde a colonização espanhola impera. Em Cienfuegos a arquitetura francesa desfila. Visitávamos o “coração francês dentro de Cuba”.

 

 

 

 

 

A cidade espalha-se em torno de um braço do mar do Caribe, formando uma linda baía, a baía de Cienfuegos. Dizem que o sol ao nascer ou ao se pôr parece incendiar todo o horizonte.

 

 

Cienfuegos

 

Desde 2005, este Centro Histórico Urbano, por onde agora andávamos, encontra-se inscrito como Patrimônio da Humanidade. Não se pode parar de olhar aquelas edificações neoclássicas.

 

 

 

 

Mas era necessário irmos em busca de um restaurante para almoçarmos. Perguntamos a um transeunte, que nos parecia ser nativo da terra, e ele nos conduziu a um local especial. Dividimo-nos em vários grupos, desde que deixamos o parque onde ficara o nosso ônibus. Cada qual com um olhar diferente em torno das praças, jardins e construções. E, de repente, nós nos encontrávamos no mesmo local, para juntos almoçarmos.

 

 

 

 

Pratos muito bem elaborados, apresentados com extremo bom gosto, cativando pelo aroma e pelo visual. Impressão de que os camarões haviam sido captados na baia, ao lado, naquela manhã.

 

 

 

 

Pudemos ainda nos envolver pelos espaços culturais da cidade, visitando museus e livrarias, ateliês de pintura e escultura. Enfim, um mundo tão meu em cada porta aberta.

 

 

 

 

Através das janelas de nosso pequeno ônibus pudemos apreciar as velhas mansões, os soberbos palacetes que os usineiros de açúcar, nos gloriosos anos 50 do século passado haviam construído. Para suas famílias ou para suas amantes.

 

 

 

Sobre um deles, uma lenda que por lá corre. Um velho milionário o construíra para nele morar sua bela e jovem amante, que trouxera dos canaviais de sua propriedade. E lá ele a deixa, por anos, encerrada, a sete chaves, apenas com suas mucamas. Para apenas a ele servir… Em pleno início da revolução, que derrubou o sanguinário ditador Fulgêncio Batista, entram na casa os homens de Camilo Cienfuegos, um braço forte de Fidel. Tomam conta do palacete e a amante-prisioneira torna-se uma das mais atuantes aliadas dos revolucionários.

 

 

 

 

Nosso destino era Trinidad de Cuba. Seguimos por uma rodovia, rodeada de canaviais a perder de vista. Muitas usinas de açúcar. Por um longo trecho, o mar ao longe, visto do alto de rochedos escarpados. Praias lotadas. Banhistas desfrutando das delícias de um veraneiro período de férias.

 

 

 

 

Atravessamos ao longo de muitas vilas, de pequenas cidades. Ao longe uma serra a cortar o horizonte. Seria a famosa Sierra Maestra, onde tantas lutas, pela libertação de Cuba, foram travadas? Não, não era ela. Sierra Maestra localiza-se próximo a Santiago de Cuba, no outro extremo da ilha.

 

 

 

 

Em Trinidad dividimo-nos. Moradores da cidade alugam, para turistas, espaços em suas residências, por preços bem módicos. Tereza com seus pais, tias e amigas hospedaram-se por lá, distante bem mais de meia hora, de carro, das praias. Eu preferia ficar em frente ao mar.

 

 

 

 

Ainda era dia quando chegamos ao “Brisas del Mar”, nosso hotel em Trinidad. E pudemos desfrutamos do frescor das piscinas antes que o jantar fosse servido. Deixei-me ficar por lá, por muito e muito tempo. Da janela de nosso apartamento, maciços de palmeiras e depois o imenso mar azul.

 

 





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