Natal é Paz, é Amor …. e é saudade também!


A alegria deste maravilhoso tempo

da mais linda festa do ano,

o Natal que nos reúne …

nada de novo a dizer…

Então carrego as minhas tintas para um quadro

onde, em poemas, nossa poetisa-maior,

Isis Maria Baukat,

gravou os mais belos cartões de Natal.

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natal 2015 022“Amiga,

Poderia ser um cartão de Natal. Mas não é um cartão.

Poderia ser esnobe e sofisticado. Mas não é esnobe e sofisticado.

O meu modo de chegar para ti, com Votos de Feliz Natal é simples como a flor. Mas também denso de sentido como a flor.

E, Amiga, tu que entendes a maravilhosa significância desta data, saberás viver intensamente esta atmosfera, tantas vezes renovada, do aniversário do Menino de Belém.

Que este Natal fique em ti como o suave contato das mãozinhas do Menino Desigual … sem bonitas fraldas brancas … deitado na palha … menininho chora e o mundo sorri … depois, os amigos … e um Pedro pedra reticente, cabeçudo, …

Depois, uma voz retendo multidões … verdades eternas, translúcidas, serenas, … depois, os passos infindos pelas poeirentas estradas da Galileia … pregando, pregando, perdoando, deixando amor pelos caminhos …

Menininho sem bonitas fraldas brancas … menininho fala e meio mundo sorri.

… depois, ainda depois ainda, o alucinante grito do Homem que morre … a mãe que fica, … uma indizível divisão de almas … o Poema da Separação.

Menininho sem bonitas fraldas brancas muito acima, muito acima, além, sorri.

E o Velho Mundo do sorriso fácil ainda está aqui.

E aqui a angústia, o medo, a estupidez e o velho orgulho rotulando a pequenez de quem cabe apenas em si.

Ah! Belém estendida no monte, enluarada, fria, linda como um presépio feito por Nosso Senhor!

Que paz nesta noite universal em que homens se fazem galáxias, rolam pelo cosmo, escapam olhos ao céu em busca da Estrela Guia, num momento de grandeza em que vivem realmente como homens!

Ah! O pensamento unido e compacto de uma humanidade a caminho!

E os pirilâmpagos insinuando estrelas, aos montes, aos milhares, cultuando o céu.

E a melodia saudosa, melancólica, intensa e arrepiante de um “Noite Feliz” que se estrangula na garganta e culmina em lágrimas quentes, infinitas e amorosas, ressuscitando em nós a criança das cirandas e bonecas, cheias de nativas conclusões?

Ah! Natal! Eu queria agarrar-te pelas mãos e não te soltar nunca, nunca mais! Ah! O teu cheiro é cheiro de paz, de harmonia.

E nos une. Nos vence. E nos redime! Feliz Natal amiga.

Este deveria ser um cartão de Natal. Mas não é. É o meu modo de chegar até onde estás nesta noite linda.

                                  

                                                           Isis

                                                                       Natal/1973”

 

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natal 2015 012O natal vem aí

com seus arautos luminosos

e seu clima de Paz.

 

Possivelmente os nossos elos estarão rompidos

quando enfim ele chegar,

quente e noturno, estrelado.

E belo.

 

Por uma noite Belém remota estará ampliada

cobrindo todas as geografias,

juntando a todos num grande, imenso Presépio.

 

Pena que seja só por uma noite.

E o será.

Porque os homens estão acostumados,

tristemente acostumados

a se dispersar.

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“Amiga,          

outros tempos se passaram…e isto, também, deveria ser um cartão de Natal… mas não é.

Tão pouco ficou, nos homens, daquele Menino nascido em Belém, “em bonitas fraldas brancas!

Tão pouco!

Esqueceram-no em Hiroshima, Nagasaki, Hungria, Sibéria, … e na velha Europa dizimadora de judeus.

Esqueceram-no na carícia negada ao pária, no olhar negado ao estranho, na palavra negada ao triste.

Esqueceram-no naquele estranho amor a dois … e naquele mentiroso amor a muitos.

Mas hoje é Natal … que lembra Belém … que lembra o Menininho.

Tantos anos! Séculos! Menino teimoso! Donde tanto Amor?

Parabéns, Querido! … é o teu aniversário, se não nos enganamos!

Parabéns, Amor! … que a troca de presentes não seja maior em nossa Noite Feliz que a Tua Divindade.

Parabéns, Criança Eterna!

Que não nos percamos em temporalidades.

Ah! Amiga!

Sei, com certeza, que serás gente de minoria, neste 1978!

Sei que, em vinte e cinco, estarás mais com Ele que com essas aparências passantes.

Sei que, neste Dezembro olharás, mais uma vez, estrelas.

Feliz Natal, maninha!

Em Paz, com Ele e com a Harmonia do Cosmo, donde viemos.

O cartão, não o tenho.

Tenho a mim, só, com o pensamento no Menininho. Como tu. E como tu, festejo. Festejo … não a troca de risos comerciais, … mas a ternura de Deus para com os Homens, sua Obra Prima.

Sei que nós saberemos acarinhá-lo, a Ele, o Filho de Maria, Maria de Nazaré, da tribo de Davi, bendita entre as mulheres.

Sei que saberemos, eu e tu, participantes da minoria, render afetos ao aniversariante.

Sê feliz, amiga, nesta noite de estrelas-cometas e de uma Manjedoura rediviva.

Sabes, estou contigo agora, nesta hora de Agradecer e Amar em Retribuição.

Levemo-nos a nós, para Ele, que é só o que Ele quer.

Isis /Natal/1978”        





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