Avicultores do Planalto Norte se mobilizam para paralisar em maio


Avicultores protestaram em frente à Alesc/Câmara de Rio Negrinho, Divulgação

Os produtores reclamam dos preços do frango pago pelas integradoras, que não cobrem os custos de produção

 

Integrantes de Associações de Avicultores do Planalto Norte e Médio Vale e também do Sul do estado, além de representantes de associações do Paraná e Rio Grande do Sul se reuniram na última semana em Treviso, no sul de Santa Catarina para traçar ações conjuntas em prol da busca de soluções para a crise da avicultura na região sul do país. Só em Santa Catarina, mais de mil famílias de avicultores do Sul e do Planalto Norte vivem a maior crise do setor em duas décadas. Os produtores reclamam dos preços do frango pago pelas integradoras, que não cobrem os custos de produção e inviabilizam a permanência na atividade. O preço final pago por ave aos criadores chega a ficar entre R$ 0,35 e R$ 0,45, valor que não cobre os custos de produção.

De acordo com o vereador de Rio Negrinho, Erikson Wantowski, que participou do encontro, um dos propósitos foi unir a força das associações para agir de forma unida no que se refere aos pleitos junto às autoridades e principalmente as empresas integradoras. A presidente da Associação dos Avicultores do Planalto Norte e Médio Vale, Lisa Mara Cristoff Netipanyj afirmou que nos últimos três anos houve uma queda de cerca de 45% na receita dos avicultores o que inviabiliza que eles honrem os compromissos com seus financiamentos. “Diante dessa situação temos que traçar ações determinadas com foco numa negociação imediata, caso contrário paralisamos as atividades até maio. Até lá tudo depende das respostas que teremos das autoridades e empresas”, cita.

“Se o auxilio político que solicitamos não surtir efeito tomaremos uma atitude extrema e além de paralisar as atividades encaminharemos até a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, na Suíça, documento já protocolado em Brasília e que pede a interferência da entidade na questão”, sugere ainda Lisa. “Temos avicultores com 100% dos seus aviários financiados. Precisamos de uma negociação na qual eles não comprometam mais do que 45% de sua receita com esta despesa para continuarem produzindo”, sugeriu Wantowski.

 

MANIFESTAÇÃO NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Em novembro de 2013, avicultores participaram de uma reunião encabeçada pela Comissão de Agricultura e Política Rural na Assembleia Legislativa. O evento contou com a participação do presidente da principal integradora do estado, a JBS Aves Brasil, Jamis Cleary, que na oportunidade prometeu um estudo da Embrapa para revisar os custos de produção e uma negociação aberta com os avicultores. A presidente da Associação dos Avicultores do Planalto Norte e Médio Vale, Lisa Mara Cristoff Netipanyj a queda na receita dos avicultores. “Percebemos que as integradoras que alegam crise de grãos executaram um grande plano de expansão. Além disso, Santa Catarina e Paraná se alternam no posto de estados que mais exportam aves no país”, citou. O presidente da Associação dos Avicultores do Sul do Estado, Emir Tezza, ameaçou parar a produção, caso não haja negociação efetiva e aumento no valor pago pela integradora. “Se continuar assim, a avicultura não dura mais dois anos. Recebendo cerca de R$ 0,48 por ave vamos parar”, disparou.





Deixe seu comentário: