Canoinhas e as queimadas na Amazônia: o que tem a ver?


A manutenção da floresta amazônica não é uma questão ideológica

 

 

 

Sem dúvida, um assunto quente na pauta nacional e internacional são as queimadas na Amazônia, detectadas implacavelmente, todos os dias, pelos satélites em órbita na Terra.

 

 

Sim, a mesma tecnologia maravilhosa que nos permite andar por qualquer lugar com uma voz a nos guiar “pegue a segunda saída à direita em 500 m” é a que consegue ver em tempo real, aos milhares de focos de incêndio ocorrendo pelo país, mais intensamente na região Amazônica. Satélites e suas funções!

 

 

 

 

Então, esse é o primeiro ponto que me intriga: como tantas pessoas duvidam dos dados de satélites, em um mundo onde a tecnologia domina, com tanta eficiência, nossas vidas?

 

 

 

Mas, acreditando ou não, as queimadas estão lá, bem visíveis e cada vez em maior número nos últimos dois anos. Certo. Mas, se elas estão ocorrendo lá na Amazônia, há mais de cinco mil quilômetros daqui, por quê minha opinião, aqui em Canoinhas, seria importante? “Eles que se resolvam”…diriam alguns.

 

 

 

Pois bem, sinto informar, que sua opinião importa sim e que todos sofremos diretamente o impacto do desmatamento amazônico. Canoinhas e o Planalto Norte de um jeito bem triste e particular, porque a agricultura é a mais atingida.

 

 

 

A importância da manutenção da floresta amazônica é uma questão muito bem embasada cientificamente, com um número de pesquisas de médio e longo prazo, analisados em modelos matemáticos muito potentes. Me desculpem os incrédulos, mas modelos matemáticos são extremamente precisos e guiam a maior parte das grandes conquistas da humanidade no último século.

 

 

 

 

E, todos os resultados dos modelos apontam um mesmo indicador: mudança nos regimes de chuva com a redução da cobertura florestal amazônica. O ciclo de água que a floresta controla, os chamados “rios voadores”, são (ou eram) a base do nosso regime padrão de chuvas aqui no Planalto Norte. Sabíamos quando plantar, porque logo iria chover mais ou menos o que esperávamos.

 

 

 

 

E, todo agricultor sabe, que essa característica está mudando. Nos últimos dois anos tivemos regimes totalmente irregulares. E, isso não vai melhorar se a floresta amazônica continuar sendo consumida. É fato.

 

 

 

 

Então, se você mora aqui e sabe quanto a agricultura é importante para nossa região, repense, pesquisa mais em sites sérios (não em sites de “influencers”), leia e reflita.

 

 

 

 

A agricultura e a pecuária no Brasil são exemplos de como produzir de forma sustentável, graças a agricultores, pesquisadores e empresas públicas e privadas que fizeram esse país um celeiro mundial. Temos que ter orgulho disso e mostrar ao mundo que não precisamos derrubar florestas e queimar mais para aumentarmos nossa produção agropecuária. Pelo contrário.

 

 

 

 

Precisamos “cravar” no mundo contemporâneo, globalizado e interativo, uma percepção que nos represente. A França, por exemplo, tem uma natural identidade com requinte, luxo e artes. Alemanha com engenharia e precisão. China com produção em massa e custo competitivo. E o Brasil? Bom, nós podemos e devemos ser representados como produtor de alimentos em abundância para o mundo, produzidos em um local lindo, com qualidade e gestão adequada do meio ambiente.

 

 

 

 

A maioria dos agricultores do Planalto Norte poderia ser enquadrado nesta representação. Por isso, quando pensar qual a sua opinião sobre os ilegais que queimam a Amazônia, lembre-se de que ele não está queimando apenas a floresta, mas o seu regime de chuvas, a sua produção e todo o esforço que você fez para representar a boa agricultura no nosso país.





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